segunda-feira, novembro 10, 2014

Material Complementar - Estágio Institucional





A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO FRENTE ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

08/11/2012 12:08:00
A importância do psicopedagogo frente às dificuldades de aprendizagem 

No Brasil, a Psicopedagogia existe há cerca de 40 anos,vem despertando a atenção de educadores e outros profissionais que trabalham com processo ensino-aprendizagem, ou que tem contato com pessoas que apresentam dificuldades de aprendizagem. 

Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho psicopedagógico na instituição escolar tem como caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldade de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino. Este artigo surgiu da preocupação existente diante as dificuldades dos alunos em que faz-se construir seus próprios conhecimentos por meio de estímulos, tem justamente o objetivo de fazer uma abordagem sobre a educação e a importância do psicopedagogo diante da instituição escolar. 

Ao considerarmos a aprendizagem com base nos pilares cognitivos e das emoções, fazemos uso dos sentimentos envolvidos na relação professor-aluno e como o processo de ensino é efetivado em função dessa interação. Se o professor não si preocupar com a aprendizagem do aluno, este no final do ano, não terá uma posição satisfatória. Falar da relação professor - aluno é falar de relações humanas, é falar de alegria e da angustia do outro e até da falta de interesse por parte do aluno e suas respectivas dificuldades. Cada um tem uma história diferente, uma linguagem diferente, uma maneira diferente, um incentivo diferente, esses elementos foram construídos pelas múltiplas relações da realidade. 

Na relação educativa, dentro das práxis pedagógica, ele é o sujeito que busca uma nova determinação em termos de patamar crítico da cultura elaborada. Ou seja, é um ser humano que busca adquirir um novo patamar de conhecimentos, habilidades e modo de agir. Mas, o próprio aluno não tem essa visão e muitas vezes se angústia dentro da escola porque ao chegar ali traz de casa o auto-conceito e auto-estima a partir das relações que desenvolve com os pais ou pessoas de seu convívio diário. O professor, em sala de aula, não pode destruir essa relação. O educando não pode ser considerado, pura e simplesmente, como massa a ser informada, mas sim como sujeito, capaz de construir a si mesmo, desenvolvendo seus sentidos, entendimentos e inteligências, a educação escolar não pode exigir uma ruptura com a condição existente sem suprir seus elementos. Há uma continuidade dos elementos anteriores e, ao mesmo tempo uma ruptura, formando o novo. O que o aluno traz de seu meio familiar e social não deve ser suprimido bruscamente, mas sim incorporado às novas descobertas da escola. 

Quando uma criança aprende um novo modo de executar uma brincadeira, um modo de ser, não suprime o modo anterior, ao contrário, incorpora o modo anterior ao novo modo de execução. É o novo que nasce do velho, incorporando-o por superação (Luckesi, 1994, p. 118). 
Assim as relações entre os professores e alunos, as formas de comunicação, os aspectos afetivos e emocionais, a dinâmica das manifestações na sala de aula, segundo Libâneo (1994), fazem parte das condições organizativas do trabalho docente, juntamente com os aspectos cognitivos e sócio-emocionais da relação professor-aluno. Isso significa que o trabalho docente se caracteriza não apenas pelo preparo pedagógico e científico do professor e de toda a equipe da escola, mas também, pelo constante vaivém entre as tarefas cognoscitivas colocadas pelo professor e o nível de preparo dos alunos para resolverem as tarefas. 

A importância do psicopedagogo frente às dificuldades de aprendizagem começa a configurar-se quando se toma consciência das dificuldades dos alunos e cuida-se em apresentar os objetivos, os temas de estudos e as tarefas numa forma de comunicação clara e compreensível, juntamente com o professor e na escola, em um todo. As formas adequadas de comunicação concorrem positivamente para a interação professor-aluno e outros que fazem parte do contexto escolar. 



Cada aluno tem uma história diferente, uma necessidade diferente, uma expectativa diferente quando se relaciona com o outro, inclusive com o professor. Por sua vez, o professor em sala de aula não vê o aluno com o mesmo olhar de outro professor. O professor não apenas transmite os conhecimentos ou faz perguntas, mas também ouve o aluno, deve dar-lhe atenção e cuidar para que ele aprenda a expressar-se, a expor suas opiniões. Para obter uma boa interação no aspecto cognoscitivo, é preciso levar em conta o manejo no recurso da linguagem; variar o tom da voz, falar pausadamente quando necessário e falar com simplicidade sobre os temas complexos. Nesse sentido, o que mais conta é a condição social do aluno e não a sua idade cronológica, conhecer também o nível de conhecimento dos alunos, ter um bom plano de aula, entendemos como sendo um bom plano de aula aquele que tem objetivos claros e estratégias de ensino capazes de ser colocadas em prática de acordo com a capacidade dos alunos e os recursos de sala de aula disponíveis na escola, explicar aos alunos o que espera deles em relação à assimilação da matéria. 

Outros aspectos indispensáveis são os sócio-emocionais. Estes aspectos referem-se aos vínculos afetivos entre o professor e os alunos, como também às normas e exigências objetivas que regem a conduta dos alunos na aula. 

O Psicopedagogo e a Instituição Escolar 

Diante do baixo desempenho acadêmico, as escolas estão cada vez mais preocupadas com os alunos que têm dificuldades de aprendizagem, não sabem mais o que fazer com as crianças que não aprendem de acordo com o processo considerado normal e não possuem política de intervenção capaz de contribuir para a superação dos problemas de aprendizagem. 

Neste contexto, o psicopedagogo institucional, como um profissional qualificado, está apto a trabalhar na área de educação, dando assistência aos professores e a outros profissionais da instituição escolar para a melhoria das condições do processo ensino-aprendizagem, bem como para prevenção dos problemas de aprendizagem. 

Por meio de técnicas e métodos próprios, o psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em espaços institucionais. 
Juntamente com toda a equipe escolar, está mobilizado na construção de um espaço adequado às condições de aprendizagem de forma a evitar comprometimentos. Elege a metodologia e/ou a forma de intervenção como o objetivo de facilitar e/ou desobstruir tal processo. 

Os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro da instituição escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e profissional implicam a configuração de uma identidade própria e singular que seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na instituição escolar. 

A psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os problemas dele decorrentes. Acreditamos que, se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com essas dificuldades, o número de crianças com problemas seria bem menor. 

Para Bossa (2000), o psicopedagogo tem muito o que fazer na escola: Sua intervenção tem um caráter preventivo, sua atuação inclui: 

• orientar os pais; 
• auxiliar os professores e demais profissionais nas questões pedagógicas; 
• colaborar com a direção para que haja um bom entrosamento em todos os integrantes da instituição e; 
• principalmente socorrer o aluno que esteja sofrendo, qualquer que seja a causa. 

São inúmeras as intervenções que o psicopedagogo pode ajudar os alunos quando precisam, e muitas coisas podem atrapalhar uma criança na escola, sem que o professor perceba, e é o que ocorre com as maiorias das crianças com dificuldades de aprendizagens, e às vezes por motivos tão simples de serem resolvidos. Problemas familiares, com os professores, com os colegas de turma, no conteúdo escolar, e muitos outros que acabam por tornar a escola um lugar aversivo, e o que deveria ser um lugar prazeroso. 

Dentro da escola, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente se os professores forem especialistas em suas disciplinas. Não só a sua intervenção junto ao professor é positiva, também com a participação em reuniões de pais, esclarecendo o desenvolvimento dos seus filhos, em conselhos de classe com a avaliação no processo metodológico, na escola como um todo, acompanhando e sugerindo atividades, buscando estratégias e apoio necessário para cada criança com dificuldade. 

Segundo Bossa (l994, p. 23), 
[...] cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter essistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem. 
O psicopedagogo atinge seus objetivos quando, tem a compreensão das necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender às necessidades de aprendizagem. Desta forma o psicopedagogo institucional passa a tornar uma ferramenta poderosa no auxílio da aprendizagem. 

O Psicopedagogo e a Família do Educando 

O aprendizado não é adquirido somente na escola, é construído pela criança em contato com o social, junto com sua família e no mundo que o cerca. A família é o primeiro vínculo com a criança e é responsável por grande parte de sua educação, e de sua aprendizagem, e por meio desta aprendizagem ela é inserida no mundo cultural, simbólico e começa a construir seus saberes. Na realidade atual, o que temos observado é que as famílias estão meio perdidas, não sabendo lidar com situações novas: pais que trabalham o dia todo fora de casa, pais que brigam o tempo todo, desempregados, usando drogas, pais analfabetos, separados e mães solteiras. Essas famílias acabam transferindo para a criança, e esta entra num processo de dificuldade, e acabam depositando toda a responsabilidade para a escola, sendo que, em decorrência disso, presenciamos gerações cada vez mais dependentes, e a escola tendo que desviar de suas devidas funções para poder suprir outras necessidades. Cabe ai o psicopedagogo intervir junto à família das crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, por meio de uma entrevista e de uma anammese com essa família, para tomar conhecimento de informações sobre sua vida orgânica, cognitiva, social e emocional. 
Estar atentos no que a família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento do filho é de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico. 

O diagnóstico é um processo contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito. 

Às vezes, quando o fracasso escolar não está associado às desordens neurológicas, a família tem grande participação nesse fracasso. Percebe-se nos problemas, lentidão de raciocínio, falta de atenção, e desinteresse. Esses aspectos precisam ser trabalhados para se obter melhor rendimento intelectual. 

A família desempenha um papel importante na condução e evolução do problema acima mencionado, muitas vezes não quer enxergar essa criança com dificuldades que muitas vezes está pedindo socorro, pedindo um abraço, um carinho, para chamar a atenção para o seu pedido, a sua carência. Esse vínculo afetivo é muito importante para o desenvolvimento da criança. Sabemos que uma criança só aprende se tem o desejo de aprender, e para isso é importante que os pais contribuam nesse processo. 

É cobrado da criança que esta seja bem sucedida. Porém quando este desejo não si realiza, surge a frustração e a raiva que acabam colocando a criança num estado de menos valia, e proporcionando as dificuldades de aprendizagem. 

A intervenção psicopedagógica si propõe a incluir os pais no processo, através de reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho junto aos professores. Sendo assim os pais ocupam um novo espaço no contexto do trabalho, opinando e participando. 

Autor: Joelma Gomes Cavalcante Leite


Fonte: Portal Educação - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.

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