REVITALIZAR VALORES MAIS ALTOS QUE NÃO UNICAMENTE O DESEJO DE TER, TER E TER SEMPRE E SEMPRE MAIS AS COISAS.
Enfim, combater a alienação que os impede de ver a realidade que os cerca.
Outra
coisa que podemos fazer é não aceitar as chantagens que eles nos fazem.
Ah, e como fazem bem!... “Todo mundo vai”; “Só você que não deixa!”;
“Até o pai da fulana comprou.” Essas e outras afirmativas povoam a nossa
vida. Só que você adulto, responsável e seguro do que deseja
transmitir, não se deixará levar por este tipo de coisa. A não ser que
não esteja realmente seguro ou esteja competindo com outros pais, e não
educando seus filhos segundo seus próprios critérios.
Existem
também diferenças individuais. O que significa “dar todo o conforto”,
“toda~ a atenção” ? Justamente pelas diferenças entre os indivíduos, o
que é o máximo de carinho que uma pessoa pode dar pode ser muito pouco
para a que recebe, e para outra excessivo e até “meloso
Também
nesse aspecto é muito pouco o que pode ser feito. Jamais teremos um
filho igual ao outro. Os meus dois, por exemplo, são como água e vinho.
Portanto, cada um me vê e ao meu marido de formas distintas. Eu mesma os
vejo de forma diversa da que eles se vêem e da que meu marido os vê.
A
que chegamos então? Cruzamos os braços? Não. Evidentemente, o que foi
colocado aqui tem a grande valia de tranqüilizar os pais sobre as
diferentes reações dos filhos em relação aos fatos da vida diária.
Assim, mais tranqüilos, podemos falar sobre o papel da educação. E esse o espaço de que dispomos para agir.
A
forma pela qual vivemos as relações dentro da nossa casa vai
influenciar, inegavelmente, nossos filhos. Grandes educadores
comprovaram em seus estudos: John Dewey, Maria Montessori, Jean Piaget,
Vigotsky, ainda que de formas diversas, ao elaborarem suas teorias,
consideraram o poder do eio, o qual, evidentemente, pode auxiliar ou
comprometer o desenvolvimento do indivíduo. Se não acreditássemos que a
educação tem algum poder, o que estaríamos fazendo, nós, educadores, nas
escolas 2
A
herança genética, a personalidade são fatores determinantes no
comportamento, sim. Mas a ação do meio pesa, alterando a relação das
forças.
Se
a família estiver alicerçada em alguns princípios educacionais, se os
pais estiverem realmente imbuídos da importância da transmissão de
valores aos filhos, se tiverem um mínimo de segurança e de clareza de
objetivos, excelente! Porque, sem dúvida, seus filhos se espelharão em
seus exemplos, em suas atitudes e forma de encarar a vida.
Partindo,
pois, dos pressupostos acima, o que podem os pais fazer para que os
filhos não se sintam insatisfeitos, excluindo a parte que reflete as
características individuais e a percepção pessoal que citamos 2
A
meu ver, devemos preservar para nossos filhos alguns sonhos e desejos.
As classes média e alta de tal forma “lambem”, mimam seus filhotes, de
tal forma se antecipam em “dar tudo aos filhos” que , muitas vezes, eles
não conseguem ter a oportunidade de sonhar, de desejar, e - mais
importante - de lutar para conseguir o que almejam.
Na infância, cada merchandising que
aparece na T.V. e que agrada aos pimpolhos é rapidamente transformado
em realidade. Há pais que nem sequer esperam o aniversário, o Dia da
Criança, ou o Natal. Todo dia é dia de fazer as vontades dos filhos.
Não, não me considerem uma “bruxa”! Não desejo, nem preconizo que se
deixe a criança passar necessidades. Nem físicas, nem materiais. Defendo
sempre que se dê muito amor, muita atenção, tempo, comidinha gostosa,
carinho, amizade, orientação, tudo enfim de que eles precisam. Mas
defendo também que nós adultos tenhamos um pouquinho de equilíbrio
quando interpretamos esse “tudo que ele precisam”. Será que eles
precisam TER TUDO LOGO SEMPRE? Ou não será saudável deixá-los sonhando
uns meses, enquanto não chega o aniversário, para, então sim, dar a
bicicleta pedida?
Aos
dez anos, a criança de classe média já está cansada de ir a
restaurantes, parquinho de diversão, teatrinhos. Isso tudo para elas é
“café pequeno”. Não as emociona mais. Então começam a querer outras
coisas. E os pais começam a levá-las às discotecas. Morrendo de medo,
porque pode ter rapazes mais velhos, drogas, ou sabe-se lá o quê mais...
Não sabem dizer não. Abreviam a infância dos filhos, porque os vizinhos
o fazem, os coleginhas da classe também, e porque já esgotaram tudo que
podiam lhes dar.
Uma
viagem à Disneyworld? Ah, já foram umas três vezes...A primeira,
provavelmente, ainda bebê de colo (dormiu o tempo todo, no colo da mãe
ou do papai). A segunda com idade apenas para considerar tudo aquilo um
simples parque de diversões. A terceira, quando poderia realmente
“curtir”, foi provavelmente sem os pais, em grupo de amigos, porque o
prazer era, na verdade, “ir sem os pais, muito caretas, chatos, que não
deixam fazer nada...”
Aos
dezoito, o rapaz ganha seu primeiro carro. Muitos, aos dezesseis, já
estão por aí dirigindo sem carteira, ilegalmente. Com o consentimento (e
o orgulho) dos pais. Nas cidades do interior, essa prática é bastante
comum.. Bem como bastante comum a morte por acidentes automobilísticos.
Mas acontece também nas grandes cidades.
Alguns
pais, orgulhosíssimos de suas crias, apressam-se a mostrar-lhes, bem
sucedidos economicamente que são na vida, que “tudo um dia será seu, meu
filho!” A fábrica, a loja, o apartamento...
E
assim, aos poucos, ainda nem terminada a adolescência, muitos jovens
estão enfastiados da vida. Não têm preocupações com o futuro. Sabem que o
papai está aí.. .Não precisam lutar por nada. Tudo lhes foi oferecido
em bandeja de prata. E rápido, rapidinho mesmo. Não deu nem para sonhar,
para idealizar o objeto do desejo...
Com
a vida toda resolvida, com uma bagagem de viagens e bens nas costas e o
futuro financeiramente garantido, o jovem, o adolescente de repente
percebe não ter pelo quê lutar. NÃO TEM O QUE DESEJAR, NEM PELO QUE
SONHAR. E aí a insatisfação cresce. Muitas vezes começam a beber, para
sentir alguma emoção nova. Depois são os tóxicos, enfim qualquer coisa
que possa lhes fazer vibrar o coração, a pele, a alma.
Não
quero estabelecer relação de causa e efeito, porque não acontece com
todas as pessoas que têm muito, materialmente falando, e seria simplista
atribuir problemas tão complexos a uma única causa. Mas acontece com
bastante freqüência nos dias de hoje. Não seria bom repensar esse
excesso de pressa que os pais vêm demonstrando ultimamente ? Pressa de
dar coisas, MUITA PRESSA DE DAR COISAS MATERIAIS. Pouca paciência ou
para ENSINAR A SER, A TER VALORES, A RESPEITAR O OUTRO. E, o que é pior,
POUCA OU QUASE NENHUMA CORAGEM PARA SER DIFERENTE do vizinho, do amigo
ou dos parentes. Se um mandou o filho à Europa, ele também o faz, “para
não ficar para trás”. É a competitividade conduzindo nossas vidas.
São
esses os valores que estão sendo passados como primordiais aos jovens
da geração atual. E depois, quando eles abandonam os estudos, por
exemplo, a primeira frase que se ouve é “Mas eu sempre dei tudo a ele”;
“Sempre fiz tudo que ele queda”... Não terá sido esse o erro?
Na
verdade, os sentimentos do outro são realmente DO OUTRO. Muito pouco
podemos fazer para modificá-los. Então, o que os pais podem fazer é ter
clareza do que pretendem com seus filhos. Para tanto, é preciso que se
conscientizem de fatos básicos, que lhes penflitam uma reflexão crítica
sobre como vêem desenvolvendo sua vida familiar, sobre quais são os
sentimentos que vêm ditando suas atitudes.
Os
pais, por terem abandonado um modelo antes de ter um outro, começaram a
resolver grande parte de suas dúvidas e incertezas através das coisas
materiais. Cada vez que se sentem culpados ou inseguros, se redimem,
trazendo para seus filhos novos brinquedos, roupas, álbuns de
figurinhas, revistinhas, fitas de videogames etc. E mais fácil, é cômodo
e, à primeira vista, dá a impressão de que funciona. Realmente, naquele
momento a criança fica feliz, encantada. Mas, aos poucos, vai
aprendendo que o seu valor pessoal é muito pequeno. O seu e dos seus
pais e irmãos também. O que vale são AS COISAS QUE TEM, AS QUE GANHA E,
PRINCIPALMENTE, AS QUE AINDA NÃO TEM. Então, é um tal de pedir mais e
mais, querer novos brinquedos, novas roupas, novas fitas... Porque na
verdade não se satisfaz nunca a necessidade de atenção, de segurança, de
conversa amistosa, de cumplicidade pai/filho, quando em seu lugar se
colocam presentes e mais presentes, roupas e viagens e muito, muito
dinheiro... Talvez aí esteja a chave da insatisfação que vemos na nova
geração. Por mais que tenham e ganhem, parece que sempre lhes falta
algo. Não será alguma coisa pela qual lutar?
Nota:
Tania Zagury é Mestra em Educação pela UFRJ, Prof. Adjunto da Faculdade
de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, graduada em
Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Autora dos
livros “Sem padecer no paraíso”, editora Record, 1991 e “O adolescente
por ele mesmo”, editora Record, 1996.
Bom dia!!
ResponderExcluirHoje, um domingo maravilhoso estou fazendo uma visitinha,para te desejar muita paz e muita luz Divina no teu caminho, na tua vida e de seus familiares e amigos.Como reflexão deixo esse pensamento ( Mensagem Angels) ,para que possamos refletir e tomarmos como lição de vida. Abraços fica na paz e no amor de Jesus.
Andar com Fé
Andar com fé é saber que cada dia é um recomeço. É saber que temos asas invisíveis e fazer pedido para as estrelas, voltando os olhos para o céu.
Andar com fé é olhar sem termos as portas desconhecidas com a mão estendida para dar e receber.
Andar com fé é usar a força e a coragem que habitam dentro de nós, quando tudo parece acabado.
“Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.”
Tudo, menos o amor, pois este sempre viverá.
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