domingo, novembro 11, 2018

Teorias de Currículo


1.             (5.0) Leia o fragmento abaixo, extraído da leitura recomendada:  

O currículo multicultural prestigia, desde seu planejamento, procedimentos democráticos para a decisão dos temas que serão estudados e das atividades de ensino. Valoriza a reflexão crítica sobre práticas sociais do universo vivencial dos alunos para, em seguida, aprofundá-las e ampliá-las mediante o diálogo com outras vozes e outras manifestações. No currículo multicultural, a experiência escolar é um terreno aberto ao debate, ao encontro de culturas e à confluência da diversidade de expressão dos variados grupos sociais. É um campo de disseminação de sentidos, de polissemia, de produção de identidades voltadas para a análise, interpretação, questionamento e diálogo entre e a partir das culturas.
(NEIRA, 2014, p. 129)
Com base nas ideias do autor, reflita sobre o lugar dos conhecimentos científicos nessa proposta.
Na proposta de currículo multicultural os conhecimentos científicos devem estar presentes, não de uma forma hierarquizada, como sendo um único conhecimento válido, oriundo de uma cultura dominante, com padrões previamente definidos, que exclui e marginaliza qualquer grupo entendido como minoria ou diferente do modelo europeu ocidental.
É importante que o conhecimento científico entre em sintonia com o conhecimento e procedimentos provenientes de outras tantas culturas, de grupos diferentes, trazendo várias formas de entender o mundo e os fenômenos que o cerca.
Para tanto, como produto de uma construção política e ideológica, afinal todo currículo é político e ideológico, essa proposta deve ser construída através do diálogo, do respeito às diferenças e às particularidades das várias culturas.


2.              (5.0) Um dos procedimentos didáticos sugeridos pelo currículo multicultural é a incorporação de conhecimentos dos grupos subordinados. Apresente os argumentos que justificam essa preocupação.
Essa preocupação é bastante válida ao percebermos que na construção do currículo existe, intrinsecamente, um projeto de dominação e manutenção da ordem social determinada por uma elite ou grupo dominante, que tenta de qualquer forma afastar os grupos considerados minorias de qualquer participação que colocaria em risco essa estrutura social.
Incorporar os conhecimentos dos grupos subordinados é uma forma de desconstrução de um modelo de currículo voltado à dominação e a subjugação. Trata-se de acabar com a demonização dos conhecimentos vindos de baixo, das camadas populares, das culturas não europeias e marcar uma posição na disputa político-ideológica de construção do conhecimento, como evidencia Neira:
Quando o processo de construção das expressões pejorativas dirigidas à cultura subjugada vem à tona, é possível tomar consciência de que certas formas de expressão são vistas a partir de estereótipos e das influências geradas pelas relações de poder. Comumente, o patrimônio pertencente aos grupos dominantes é exaltado enquanto as práticas oriundas dos grupos subordinados são desqualificadas.” (NEIRA, 2014, p. 131).






Bibliografia:

NEIRA, M. G. Cruzando fronteiras: o currículo multicultural e o trabalho com as diferenças em sala de aula​. Lantuna: Revista Cabo-verdiana de Educação, Filosofia e Letras, Santiago, v. 1, n. 1, p. 119-136, jan.-jun. 2014. Disponível em: http://www.gpef.fe.usp.br/teses/marcos_30.pdf.

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