terça-feira, agosto 24, 2010

Psicologia do Desenvolvimento

A psicologia frente à educação e o trabalho docente
(CARVALHO, 2002)
 
O recurso à Psicologia tem sido uma marca constante no modo de encarar e buscar soluções para os problemas educacionais da modernidade.
No Brasil, esta relação estreitou-se nas primeiras décadas do século XX, mais precisamente nos anos 20 e 30, momento em que a sociedade brasileira se via às voltas com as exigências da modernidade capitalista. À Psicologia, com suas técnicas inovadoras, era atribuído o papel de disciplina coadjuvante na construção de um novo homem, especialmente por sua contribuição aos aspectos metodológicos do ensino, ou seja, o como ensinar. Naquele momento, esta questão revestia-se de importância fundamental diante da necessidade de escolarização das massas, já que eram altos os índices de analfabetismo no país e os discursos modernizadores de importantes educadores nacionais como, por exemplo, Lourenço Filho (1930), exigiam sua erradicação.
O estudo do desenvolvimento infantil foi um dos eixos da discussão dos autores que se dedicaram à Psicologia e à Educação no início do século XX, que ficou conhecido como o “século da criança”.
Segundo Warde (1997, p. 303), a criança afigura-se como o ponto “de virada” das relações entre Psicologia e Filosoia e, por decorrência, entre a Teorias psicológicas do desenvolvimento humano. 
Os fundamentos desta discussão estão enraizados nas teorizações realizadas no momento em que havia a preocupação com a constituição de uma pedagogia cientíica e com o futuro da própria ciência psicológica.
As descobertas realizadas, na época, nos campos da Fisiologia, da Biologia e das ciências experimentais exerceram influência direta sobre a ciência psicológica, como demonstra Cunha (1994): as descobertas da Fisiologia evidenciaram a importância das atividades cerebrais para intermediar a interação entre o organismo e os estímulos ambientais; na Biologia as ideias evolucionistas realçaram o papel da adaptação do organismo ao meio no processo de evolução das espécies; e as influências das ciências experimentais sobre a teoria do conhecimento fizeram com que o conceito de inteligência, considerada como capacidade adaptativa e operante do organismo sobre o meio, ganhasse força e importância sobre o conceito de espírito.
Ao mesmo tempo, configuravam-se novas condições para o desempenho do trabalho nas sociedades industrializadas, especialmente a exigência de preparação formal, o que levou à dispensa do trabalho infantil e ao ingresso de uma grande massa de crianças nas escolas. Segundo Leite (1972), no momento em que as crianças chegaram às escolas surgiram três problemas que ainda hoje são objeto de atenção de psicólogos e educadores: a inteligência, a aprendizagem e as diferenças individuais.
As ideias evolucionistas apontavam a necessidade imperiosa de estudo e compreensão do desenvolvimento infantil, pois a criança já não era considerada um adulto em miniatura, e o ingresso massivo das crianças na escola exigia a explicação dos diferentes resultados por elas alcançados no processo de escolarização. Essas foram questões de pesquisa a que se dedicaram psicólogos e educadores da época.
Entre as temáticas que expressam as discussões educacionais que ocorreram em todo o século XX, e até hoje são questões presentes no debate da área, podemos destacar: a relação entre desenvolvimento e aprendizagem, a importância da educação para o desenvolvimento do psiquismo e o papel do professor no processo de ensino-aprendizagem.
[...]

Texto complementar aula 20 

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